03/05/2019

O Facebook é só uma das várias gigantes de tecnologia a demonstrar interesse em desenvolver negócios com base em uma rede blockchain. Infelizmente, durante a F8, a conferência anual de desenvolvedores do Facebook que ocorreu do dia 30 de abril ao dia 1º de maio, a empresa não deu qualquer detalhe sobre os planos para a sua criptomoeda própria.

No entanto, reportagem recente do Wall Street Journal publicou algumas informações e pistas relevantes que nos fazem cogitar algumas práticas que a rede social pode adotar para colocar a sua moeda digital em circulação. Entre as possibilidades está o possível uso para fazer os usuários passarem mais tempo na rede social, seguindo uma tendência baseada em recompensas.

Recompensa para os usuários

O Facebook poderia recompensar os usuários pela visualização de anúncios. Neste caso, os anunciantes usariam a moeda para pagar pelos anúncios e os usuários receberiam gratificações por visualizá-los e interagir com eles.

Se a proposta for parecida com a do navegador Brave, no qual os usuários recebem tokens para ver anúncios que não invadem sua privacidade, a ideia casaria perfeitamente com a nova política de privacidade da empresa e ainda seria capaz de prender a atenção dos usuários, mantendo-os mais ativos, já que estariam ganhando algo por simplesmente usar a plataforma.

Esse sistema de recompensas tem sido amplamente usado por outras empresas. O Uber Cash recompensa os usuários por compras dentro e fora do Uber, com crédito para uso específico no app. O Apple Card e a Ame Digital, por exemplo, devolvem parte do valor pago nas compras para que este crédito seja usado em novas compras em sites das próprias empresas. No Facebook, talvez os usuários pudessem trocar as moedas por vale-brindes ou descontos em produtos de empresas parceiras.

Contudo, antes de implementar sua criptomoeda, a companhia está captando parceiros de negócios que precisarão investir em um fundo de US$ 1 bilhão (ou mais), que servirá de base de apoio para criar soluções que a tornem mais estável em relação às moedas fiduciárias, incentivando sua comercialização.